Talvez isto seja um pouco do meu dia, um pouco da minha
vida, ou até mesmo a continuação do que vai no meu coração. Talvez seja algo
que eu nunca deixei de sentir, ou até mesmo que eu pensei ter ultrapassado.
Os dias vão correndo, os meses vão passando, até os anos, já
os consigo contar… Não vejo hora de tudo isto ir embora, não vejo a hora de
tudo isto desaparecer e ser apenas a pessoa que sorria como resposta a um
problema.
Onde está a força quando precisamos dela? Onde está a
coragem quando não a vemos? Ao quê que recorremos quando o coração e a mente
estão em completa harmonia? Onde está aquela vontade de gritar, de pedir
socorro? Onde estão todos, quando não temos ninguém?
Tudo o que um dia eu era, hoje deixei de ser ... A
adolescente é sem duvida um período da vida difícil, difícil para uns , fácil para
outros… O que era um desejo, passou a ser a minha tristeza e pouco a pouco
vou-me destruindo por dentro.
Sentir que todos são perfeitos, sentir que tenho tudo o que
uma rapariga não devia de ter, sentir vergonha de mim, sentir vergonha de sair
à rua, ter de dizer todos os dias a mim própria “hoje vai ser melhor” .
Senti uma alegria imensa, quando consegui ultrapassar com a
especial ajuda do meu namorado aquela fase que eu pensei nunca ter fim, aquela
fase em que eu tinha medo de mim própria, e magoava mais os outros do que a
mim, mesmo sem me aperceber.
Os dias estão se a tornar apenas isso, dias.. Sem magia, sem
alegria, apenas dias…
Quantas vezes já
tiveste medo de olhar para o espelho? Quantas vezes já ficaste triste, quantas
vezes já brincaram contigo e atiraram-te ao chão tirando-te tudo, com apenas
uma brincadeira, com apenas uma frase, uma palavra em que depois tu sorris … “Estou
a brincar” é o que ele diz … “Não leves a serio” é o que ele diz … Brincadeiras,
que ainda levo no coração desde a minha primeira recaída … Brincadeiras que passado
2 anos ainda cá estão e com elas vêm todas as outras …
Fingir algo que não sou, tentar ser o que todos acham,
aceitar na brincadeira o que magoa no coração, sorrir como resposta a uma
palavra que feriu a alma. Eu não sou quem sou, eu não sou quem aparento ser… E
cada vez a minha alma se consegue esconder menos, cada vez as minhas lágrimas
caem mais ..
Uma fase, aquela fase que começou na cabeça, desceu para o
coração, atacou os meus braços, atacou o meu estomago, atacou a minha cabeça.
Uma fase que nunca acaba, uma rotina que virou anos, e que hoje, ainda me
lembro de como tudo isto teve inicio e cada vez sinto mais a minha alma a
gritar, a pedir socorro para que tudo acabe e ao mesmo tempo a minha cabeça a
responder “não terá um fim”. Uma fase que quase me matou, mas uma fase que me
mata pouco a pouco por dentro. Misturas de sentimentos, de humores, mistura de
tudo em que vai dar sempre ao mesmo…
Tenho amigos, tenho um namorado que me apoia
incondicionalmente, tenho pessoas que gostam de mim, de me ver bem e se
preocupam e eu aqui, sem amor próprio por mim, sem querer saber de tudo o que
já fiz e de tudo o que posso vir a fazer, sem me importar comigo, com o que me
acontece, sem amor por mim é verdade …
Estou morta por dentro, e viva por fora, num desespero
absoluto por algo que qualquer pessoa jamais desejaria… Eu sou assim, de mim
para mim, não existe amor, existe alguém que ama os outros.
Se tenho a agradecer? Tenho um especial agradecimento a
todos aqueles que me apoiam e ajudam, mesmo sendo poucos… Mas mais ao meu
namorado por me abraçar, por me ouvir, por me ver chorar e a explodir.. Por
nunca ter desistido de mim e ter passado todos os maus momentos comigo sem
nunca me deixar sozinha.
E um grande, desculpa… por teres uma namorada com todos
estes problemas. Amo-te